Maria, a onipotência suplicante
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A nossa Consagração a Nossa Senhora começou no Calvário;
foi Jesus mesmo quem nos deu essa graça, quando nos entregou a Sua Mãe para ser
a nossa Mãe. Quando Jesus se dirige à Sua Mãe e lhe chama de “mulher”, em vez
de chamá-la de mãe, em Cana da Galileia (Jo 2) e aos pés da Cruz (Jo 19,25-27),
é para nos indicar qual é a “Mulher” a que Deus se referiu no Gênesis. Esta
“Mulher” é Sua Mãe. Na cruz, momentos antes de morrer, Jesus nos deu Sua Mãe:
“Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26). Precisamos dela para a nossa salvação
dizem os Santos.
O milagre das bodas de Caná mostra com toda clareza que tudo
que a Virgem Maria pedir a Jesus, ele entenderá; e Ela sabe pedir aquilo que
está de acordo com a vontade de Deus e o nosso bem. A História da Igreja mostra
como Maria atua na vida dos filhos de Jesus e da Igreja. Todos os santuários
marianos são repletos de testemunhos de milagres alcançados pela devoção a
Maria. Desde o século II nossos irmãos mártires do Império Romano, em
Alexandria, norte do Egito, já rezavam aquela famosa oração: “Debaixo da Vossa
proteção nos refugiamos Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas em
nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, Virgem gloriosa
e Bendita”.
Maria é a Medianeira de todas as graças de Deus, por ser Mãe
de Deus; por meio dela Deus uniu o Céu e a Terra. Isto afirmam os Santos Padres
e os Santo doutores. São Bernardo, falecido em 1153, é autor da célebre
sentença: “Deus quis que recebamos tudo por Maria”. S. Luís de Montfort, no seu
“Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima”, resume tudo dizendo:
“Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e denominou-as Maria… Deus Filho comunicou a Sua Mãe tudo que adquiriu por Sua vida e morte: Seus méritos infinitos e Suas virtudes admiráveis. Fê-la tesoureira de tudo que Seu Pai Lhe deu em herança; e é por ela que Ele aplica Seus méritos aos membros do corpo Místico, que comunica suas virtudes, e distribui Suas graças é ela o canal misterioso, o aqueduto por que passam abundante e docemente Suas misericórdias. Deus Espírito Santo comunicou a Maria, Sua fiel Esposa, Seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que Ele possui. Deste modo ela distribui Seus dons e Suas graças a quem quer, quanto quer, como quer e quando quer, e dom nenhum pé concedido aos homens que não passe por suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos suas mãos virginais. Tal é a vontade de Deus, que tudo tenhamos por Maria, e assim será enriquecida, elevada e honrada pelo Altíssimo aquela que em toda a vida quis ser pobre, humilde, e escondida até o nada” (Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Santíssima, Tvd, n. 23-25).
A Virgem Maria, como Mãe da Igreja, sempre a protegeu contra
os ataques do inferno, das heresias e das guerras. Foi assim, por exemplo, em
1571, em Lepanto, na Grécia, quando os turcos otomanos muçulmanos se preparavam
para destruir o cristianismo na Europa. No dia da vitória (07/10/1571) das
forças cristãs, que levavam também o Rosário como arma, o Papa S. Pio V
estabeleceu o Dia de Nossa Senhora do Santo Rosário.
Por tudo isso, o povo de Deus aprendeu: “Pede à Mãe que o
Filho atende!”. “Tudo por Jesus, mas nada sem Maria!”.
Prof. Felipe Aquino
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