Como estas merendeiras conseguiram salvar 50 crianças do massacre na escola de Suzano?
![]() |
Merendeiras Sandra Ferreira e Silmara de Moraes. Foto: Reprodução / Youtube |
No meio da barbárie, eis que surgem heroínas (ou seriam anjos?)
13 de março de 2019. Uma data que ficará marcada para sempre
na memória dos brasileiros. Dois jovens – um de 17, outro de 25 anos –
invadiram a escola estadual Raul Brasil, em Suzano, São Paulo, e abriram fogo
contra os estudantes do ensino fundamental.
Com revólveres, machados e arco e flecha, eles assassinaram
brutalmente duas funcionárias do colégio, além de 5 estudantes entre 15 e 17
anos. Antes do massacre, os jovens passaram em uma loja de carros e mataram o
tio de um deles. Segundo a polícia, ainda dentro da escola, um dos atiradores
matou o comparsa e se suicidou.
A dupla entrou pelo acesso principal da escola. Era hora do
intervalo e logo o pânico se espalhou entre os estudantes. No corre-corre, em
meio ao desespero, ao terror e à angústia, verdadeiros anjos apareceram para
amparar as crianças. As merendeiras rapidamente chamaram os alunos para dentro
da cozinha e pediram para que todos se deitassem no chão. Com geladeiras e um
freezer, fizeram barricadas, e, assim, protegeram mais de 50 crianças.
“Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro
mesmo e era muito pânico”, disse a merendeira Silmara de Moraes.
As funcionárias também utilizaram mesas como escudos e só
permitiram que as crianças saíssem da cozinha depois da chegada da polícia.
“Foi horrível. Nunca pensei que eu fosse viver essa
experiência. Mas Deus iluminou para que a gente colocasse essas crianças em
segurança e não acontece uma tragédia maior”, conclui a merendeira Sandra
Ferreira.
Wendel Machado, de 42 anos, tem uma filha que estuda no Raul
Brasil e contou à BBC Brasil que ela e outros estudantes estavam no
pátio da escola no momento do ataque. Para ele, as merendeiras agiram rápido.
“Colocaram coisas na porta, uma geladeira. Os caras [atiradores] ainda tentaram
entrar, mas não conseguiram. Tenho de parabenizar e agradecer as merendeiras,
se não fosse por elas, não sei o que teria acontecido. Elas evitaram uma
desgraça maior”, diz.
Nenhum comentário: