A cristaleira da casa da minha mãe
Desde a minha infância, existe uma cristaleira na casa da minha mãe. Aquele móvel já deve ter uns 100 anos de existência, passando gerações. O seu estilo rústico e oponente sempre chamou a atenção de todos que visitavam a nossa casa. Dentro dela era cheio de xícaras, taças e pratos decorados, elegantes e de uma beleza incrível.
Aqueles objetos passaram anos enfeitando a casa e nunca foram utilizadas pela nossa família. Sempre usamos os famosos copos lagoinha ou mesmo aqueles que vêm cheios de massa de tomate.Crescemos e cada filho tomou seu rumo. Saímos de casa e até hoje a cristaleira está lá enfeitando a casa. Sempre quando vou visitar minha mãe eu costumo parar diante dela e ficar admirando os detalhes daquelas louças de dezenas de anos. Cada uma tem sua história, mas nenhuma delas cumpriu sua missão.
Fico pensando: muitas vezes passamos pela vida como estas louças e cristaleiras. Enfeitamos o mundo sem cumprirmos nossa missão. Nossa função não foi exercida e ficamos ali, esperando uma ocasião especial para sairmos da “prateleira” e começarmos a viver.
O copo lagoinha e do extrato de tomate possuem uma vida muito mais interessante. Eles passam suas vidas “trabalhando” e fazendo aquilo para o qual foram criados.
Infelizmente, as belas louças passam pela vida sem nada fazer. Quem é você na vida? As louças da cristaleira da minha mãe ou o copo de extrato de tomate?
Não perca mais tempo! A vida é hoje!

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