Católico pode brincar Carnaval?
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Foto: Reprodução/Internet |
O Carnaval é uma das festas mais populares do Brasil. Milhões de
pessoas vindas de todas as partes do planeta, chegam ao nosso país participar
deste que é chamado por muitos de "o maior espetáculo da terra".
Milhares de blocos saem às ruas arrastando verdadeiras multidões pelas
principais cidades do país. Destaque para Recife e Salvador, que disputam ano a
ano o título de maior Carnaval do mundo, além de Rio de Janeiro e São Paulo,
que ostentam suas apoteóticas escolas de samba. O Carnaval é, ou deveria ser, um
momento de alegria e riqueza cultural.
O carnaval pagão começa quando Pisistrato (que governou Atenas na fase da tirania entre 546 a.C. e 527 a.C.) oficializa o culto ao deus Dionísio na Grécia, no século VII aC. O primeiro foco de grande concentração carnavalesca de que se tem notícia acontecia no Egito: uma espécie de dança e cantoria em volta de fogueiras. Os foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes sociais, ou seja, que todos podiam misturar-se e dar-se uns aos outros.
Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém (1Co 6,12)
Depois de toda essa explanação, podemos dizer que o católico pode brincar Carnaval, mas não deve. É preciso para o cristão evitar ocasiões que os leve a pecar, fazendo o bem evitando o mal. Paulo é muito claro quando nos diz: "Não deis ocasião ao demônio". - (Ef 4, 27). Podemos ler ainda em Provérbios: “Pode alguém caminhar sobre brasas sem queimar os próprios pés?” (Pr 6,28), e ainda na carta aos Coríntios: “Não podeis beber ao mesmo tempo o Cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (1Cor 10,19-22).
Portando, amados irmãos em Cristo, temos razões suficientes para, como católicos, não participar do Carnaval. Sabemos que em Cristo somos mais que vencedores e podemos combater o pecado, mas ao mesmo tempo também sabemos que somos limitados e enquanto "o espírito está pronto, a carne é fraca" (Mt 26, 41). Ao invés de buscar ocasiões que nos levem ao pecado, busquemos ocasiões que nos levem a Deus. Que alegria seria se muitos seguissem ao Senhor com o mesmo vigor e entusiasmo que seguem um bloco de Carnaval.
Portanto, se você é católico e pretende participar do Carnaval de festas e costumes pagãos, deixo a reflexão feita pelo bispo da diocese de Palmares-PE, dom Henrique Soares:
Nessa época, muitos perguntam: "Católico pode brincar
Carnaval?". Esta é uma indagação que os próprios católicos fazem e que
precisa de uma profunda reflexão para ser bem respondida. É necessário uma
avaliação sobre sua fé e compromisso com a vivência exigida para quem segue a
Jesus. É muito comum neste tempo, ver católicos usando frases como "Tudo
me é permitido, mas nem tudo me convém" (1Co 6, 12), ou
ainda "Posso ser cristão em qualquer lugar". Será? Ou
isto é apenas uma forma de justificar a presença onde há ocasião de pecado?
Afinal, o católico pode ou não brincar Carnaval? Para responder essa
pergunta, vamos conhecer um pouco mais sobre a origem desse evento:
Erroneamente, alguns dizem até que foi a Igreja Católica que o
inventou; nada mais absurdo. Muitos autores explicam o nome Carnaval, que vem do
latim “carne vale”, ou seja, “adeus carne” ou “despedida da carne”; o que
quer dizer que no Carnaval consumir carne era permitido pela última
vez antes dos dias de jejum quaresmal. Outros estudiosos recorrem à expressão
“carnem levare”, que significa suspender ou retirar a carne.
Não se conhece ao certo a origem do Carnaval, o que se sabe é que
existe desde a antiguidade. Em alguns rituais agrários da Antiguidade (10.000
aC), homens e mulheres pintavam seus rostos e corpos e entregavam-se à dança, festa
cheias de orgias e embriaguez. Outros pesquisadores acreditam que o
carnaval tenha começado nas alegres festas do Egito em honra à deusa Ísis
(2.000 aC).
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A Luta entre o Carnaval e a Quaresma (1559) — Pieter Bruegel
(1564-1638)
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O carnaval pagão começa quando Pisistrato (que governou Atenas na fase da tirania entre 546 a.C. e 527 a.C.) oficializa o culto ao deus Dionísio na Grécia, no século VII aC. O primeiro foco de grande concentração carnavalesca de que se tem notícia acontecia no Egito: uma espécie de dança e cantoria em volta de fogueiras. Os foliões usavam máscaras e disfarces simbolizando a inexistência de classes sociais, ou seja, que todos podiam misturar-se e dar-se uns aos outros.
No início da Era Cristã (por volta do século VIII), a Igreja deu uma nova orientação às
festividades do Carnaval. Ao contrário do que muitos dizem, o catolicismo não
"adotou" o Carnaval, mas deu à festa popular um novo sentido, já que
ela foi anexada ao calendário religioso antecedendo a Quaresma. A festa agora
terminava em penitência, na Quarta-feira de Cinzas.
Agora que sabemos um pouco da história, vale a pergunta: o Carnaval dos dias de hoje é diferente do da antiguidade?
Como cristãos, sabemos que a exigência de seguir a Cristo é a conformidade com o seu testemunho. O próprio Jesus nos ensina que "quem não nascer de novo da água e do Espírito, não poderá entrar no Reino de Deus" (Jo 3, 5). Também lemos na Carta de Paulo aos Gálatas que necessário nos é "morrer para a Lei, para viver para Deus" (Gl 2, 19), e diz ainda na Carta aos Romanos que devemos nós "nos considerar mortos para o pecado, porém vivos para Deus, em Cristo Jesus" (Rm 6, 11). Em outras palavras, é preciso morrer para o mundo e viver para Deus. Se não houver ruptura com este mundo, não há amizade com o Senhor, pois "todo aquele que é amigo do mundo, é inimigo de Deus" (Tg 4, 4).
Não podemos afirmar, no entanto, que o Carnaval é a festa dos inimigos de Deus, mas podemos dizer que esta festa é um tempo e ambiente propícios para o pecado. Quando chega este tempo, muitas pessoas abusam da liberdade dada por Deus e se entregam a algo muito diferente de ser livre: a libertinagem. Para muitos, Carnaval é sinonimo de bebedeiras, drogas, sexo e brigas. Consideram o Carnaval como um passe livre para fazer o que bem entenderem. E assim o é porque ninguém os reprova ou repreende, é comum ouvirmos muito a expressão "ah, é Carnaval", tornando aquilo que é abominável aos olhos de Deus em algo normal e permitido.
Em um artigo enviado ao portal ACI Digital, André Parreira, membro do Instituto Nacional da Pastoral Familiar e da Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), faz a seguinte reflexão:
Em um artigo enviado ao portal ACI Digital, André Parreira, membro do Instituto Nacional da Pastoral Familiar e da Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), faz a seguinte reflexão:
"Alguém poderia dizer que o os blocos, desfiles e bailes de Carnaval não são ambientes propícios ao pecado, com tanto álcool, nudez e erotização? As modas das mini-roupas (as bermudinhas viraram o traje oficial!) e fantasias minúsculas ou de caráter sexual refletem o pudor daqueles que tem consciência de que são templos do Espírito Santo?”
São Carlos Borromeu dizia que jamais podia compreender "como os cristãos podiam conservar este perniciosíssimo costume do paganismo”.
Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém (1Co 6,12)
Depois de toda essa explanação, podemos dizer que o católico pode brincar Carnaval, mas não deve. É preciso para o cristão evitar ocasiões que os leve a pecar, fazendo o bem evitando o mal. Paulo é muito claro quando nos diz: "Não deis ocasião ao demônio". - (Ef 4, 27). Podemos ler ainda em Provérbios: “Pode alguém caminhar sobre brasas sem queimar os próprios pés?” (Pr 6,28), e ainda na carta aos Coríntios: “Não podeis beber ao mesmo tempo o Cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da Mesa do Senhor e da mesa dos demônios" (1Cor 10,19-22).
Portando, amados irmãos em Cristo, temos razões suficientes para, como católicos, não participar do Carnaval. Sabemos que em Cristo somos mais que vencedores e podemos combater o pecado, mas ao mesmo tempo também sabemos que somos limitados e enquanto "o espírito está pronto, a carne é fraca" (Mt 26, 41). Ao invés de buscar ocasiões que nos levem ao pecado, busquemos ocasiões que nos levem a Deus. Que alegria seria se muitos seguissem ao Senhor com o mesmo vigor e entusiasmo que seguem um bloco de Carnaval.
“Um sem número de cristãos se perde por não querer evitar as ocasiões de pecado. Quantas almas lá no inferno não se lastimam e queixam: 'infeliz de mim! Se tivesse evitado aquela ocasião, não estaria agora condenado por toda a eternidade!'. (...) O Espírito Santo diz: 'Quem ama o perigo, nele perecerá' (Eclo 3,27)". - ” (LIGÓRIO, Santo Afonso Maria. Escola da Perfeição Cristã, comp. de textos do Santo Doutor pelo Padre Saint-Omer, CSSR, 4ª edição, Petrópolis: Vozes, 955, p. 44)
Portanto, se você é católico e pretende participar do Carnaval de festas e costumes pagãos, deixo a reflexão feita pelo bispo da diocese de Palmares-PE, dom Henrique Soares:
“Devemos, então, rejeitar um bloco o Carnaval atual? A resposta pronta não existe! Se um cristão julga poder brincar o carnavalzão do mundo sem cometer excessos, sem dar azo à imoralidade, sem a dispersão interior violenta que nos tira da presença de Deus e da realidade, então brinque em paz! Eu duvido muito que isto seja possível, mas é preciso respeitar a consciência de cada um!”
Que Deus abençoe você!
Fonte: ACI Digital / Portal O Fiel Católico / Cleofas
Eu não gosto de carnaval
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