Vaticano recebe pela primeira vez representantes de organizações LGBT
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Foto: Laszlo Szirtesi/Getty Images |
O Vaticano recebeu nesta sexta-feira(5) um grupo de 50 pessoas que são contra a criminalização da homossexualidade no Caribe e na América Latina
O número dois da
Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, recebeu na sexta-feira(5), no Vaticano,
pela primeira vez, representantes de organizações LGBT,
que denunciaram a “criminalização” sofrida em todo o mundo. O porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, confirmou a informação em nota:
“O cardeal Pietro
Parolin recebeu hoje no Vaticano um grupo de 50 pessoas comprometidas, de
diversa maneiras, contra a criminalização da homossexualidade”
Durante o encontro,
foi entregue um informe sobre a criminalização das relações homoafetivas na
região do Caribe, informou o Vaticano.
“Teve início um
diálogo com o Vaticano sobre esse tema e Parolin nos garantiu que continuará”,
comentou em declarações à imprensa a parlamentar inglesa Helena Ann Kennedy,
que assistiu ao encontro.
O cardeal Parolin,
secretário de Estado, confirmou a posição da Igreja católica “em defesa da
dignidade de toda pessoa humana e contra todo tipo de violência”, afirmou
Gisotti.
O estudo entregue,
realizado pelo Instituto Inter-Americano de Direitos Humanos (IIDH), será
divulgado no ano que vem e denuncia “graves violações dos direitos humanos” em
pelo menos 10 países caribenhos, adiantou o argentino Leonardo Raznovich,
representante do instituto, que vive nessa região.
“Não foi um encontro
formal. Esta audiência se dá por um interesse do papa Francisco após pedirem
sua intervenção. Queria entender mais nosso trabalho e o problema da
criminalização no Caribe e na América Latina”, explicou.
“Este é o começo de
um diálogo muito positivo”, garantiu. O papa Francisco não pôde participar do encontro.
Homossexuais serão apedrejados até a morte em Brunei
O caso mais recente de "criminalização" da homossexualidade acontece em Brunei, um pequeno país rico
em combustíveis fósseis, situado na ilha de Bornéu e governado com mão de ferro
desde 1967 pelo sultão Hassanal Bolkiah, dono de uma das maiores fortunas do mundo.
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Sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, em pronunciamento. (Foto: AFP) |
O sultão de Brunei instaurou na última quarta(3) a pena de morte por apedrejamento para punir as relações homossexuais e o adultério. A mudança na legislação é um dos resultados de uma reforma do código penal inspirada na sharia, a lei islâmica. No entanto, o artigo do código penal que trata a homossexualidade como crime, e que estabelece a pena de morte, se aplica tanto aos muçulmanos como aos não muçulmanos.
A nação se tornou a primeira do sudeste asiático a aplicar a nível nacional um código penal baseado na sharia mais rígida, seguindo o exemplo da Arábia Saudita.
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